Devaneios

domingo, maio 03, 2009

Odeio

As palavras me faltam, as palavras sempre me faltam quando se trata de definir sentimentos e sensações. Parecem garras, algo, algo em minhas costelas, uma coisa está em mim, ou não está, está em suspenso, formiga. Quero a inluz, quero o travesseiro em meu rosto. Não posso tocar minhas costelas, parece em carne viva, mas não dói, apenas aflige. É o futuro, é a decisão, tudo isso me incomoda. Por que decidir? Por que optar? Mas não escolher é também uma escolha e isso não me serve. A passividade não existe, passividade é uma atitude, implica conseqüências. Não quero arcar com nada. Sou pueril. Decisão. Por que mudar de decisão? Eu não mudei, mas estou incerta. Será essa a opção correta? Existe opção correta? Não creio. São todas possibilidades. Destinos paralelos. Mas escolher um implica em perder os outros. Não quero perder. Afinal, por que se tem de levar a vida tão a sério? Meu conceito de felicidade é simples, infelizmente ele não cabe dentro da realidade que me cerca. Tenho então que moldar a minha felicidade, cortar um pouquinho aqui, pintar de marrom ali, tenho de ganhar dinheiro com isso. Quando foi que as aparências ganharam terreno sobre a realidade. Quando foi que a civilidade derrotou a naturalidade? Idade Média? Modernidade? Papo furado! A liberdade morreu muito antes. O próprio conceito de liberdade aprisiona. Mas que importância tem todo esse debate afinal? Serviu para enganar meu formigamento, mas ele vai voltar, eu sei, só me resta esperar.